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domingo, 19 de maio de 2013

Fim do bolsa família?


O Fato (na verdade, o boato):


Onda de boatos sobre fim do Bolsa Família tumultua agências da Caixa


Uma boataria que não se sabe de onde partiu e que se multiplicou rapidamente, provocou pânico, tumulto e correria em agências da Caixa Econômica Federal na noite deste sábado (18/05), em Maceió. O falso alarme era de que o programa federal Bolsa Família seria extinto e que os seus beneficiários teriam até a meia-noite deste sábado para sacar o dinheiro. De acordo com a Superintendência da Caixa em Alagoas, outras agências do banco no Nordeste também foram alvo dos boatos.
Na agência da Caixa na Gruta de Lourdes, em Maceió, pelo menos 200 pessoas lotaram o banco para tentar tirar o dinheiro. Como cada beneficiário tem sua data específica para receber o valor, muitos passavam o cartão no terminal e, ao ver que não havia saldo na conta, se desesperavam. Outros tentaram e o sistema, sobrecarregado, dava erro.
“Minha data para receber o Bolsa Família era hoje, mas passei o cartão e só deu erro. Não sei o que está acontecendo”, disse José Viana. Já a dona de casa Ana Cristina Fortunato, 36, esteve na agência para tentar tirar o dinheiro que a mãe dela, Sônia Fortunato, recebe há quase 10 anos. Ela contou que estava em casa e uma vizinha “deu o recado” – ou seja, repassou o boato.
“A mulher disse que a gente tinha de ir a uma agência da Caixa porque o Bolsa Família acaba hoje e só podemos sacar o dinheiro até meia-noite. Foi um boato que ninguém sabe de onde surgiu, mas causou medo porque minha mãe recebe e depende desse dinheiro do programa e ficou desesperada. Tomara que seja mesmo só um boato”, disse Ana Fortunato.
O superintendente da Caixa em Alagoas, Herbert Buenos Aires de Carvalho, negou enfaticamente que o Bolsa Família esteja ameaçado de acabar. Ele afirmou que também não sabe de onde surgiu o boato e disse que as pessoas precisam esperar para receber o benefício somente nas datas estabelecidas pelo cronograma do governo federal.
“Infelizmente, ainda vivemos uma situação como essa, que leva centenas de pessoas a sair de casa, à noite, e vir a uma agência por conta de um boato. Também não sei de onde saiu a informação falsa, e fiquei sabendo que outros estados do Nordeste também passaram por isso. Mas as pessoas podem ficar tranquilas porque o governo federal não vai acabar com o Bolsa Família. O benefício é pago por etapa e em dias determinados”, explicou Herbert Buenos Aires.
Fonte: TNH

A Opinião:
Alguém, em sã consciência, acredita mesmo que um dia o bolsa família vai acabar? 
Agora que os políticos descobriram o mapa da mina, ou seja, uma forma de manter os miseráveis (esses precisam, é um dinheiro que cai do céu, pena que em alguns casos acomoda) e os corruptíveis (isso mesmo, nem todos os que recebem o bolsa família estão precisando do auxílio) caladinhos e obedecendo as ordens do governo. Será que teriam uma crise de consciência e acabariam com o bolsa família, substituindo esse programa paliativo por políticas públicas que resolvam de fato a má distribuição de renda no Brasil, o desemprego, a fome e consequentemente a violência?
Não mesmo, desistam dessa ideia. Ainda mais agora vendo o tumulto causado por um simples boato. A tendência é que o programa seja ampliado em um dos modelos de governo mais contraditórios do mundo: o tal social-liberal.
Como atender os desejos das elites? Com o neoliberalismo. E o povo? Com programas demagógicos e populistas. E a classe média? Esta precisa se virar como pode no Brasil, tiveram um bom momento durante o governo militar e o "milagre econômico brasileiro", mas era algo efêmero e se desfez. Agora é a hora e a vez de assistencialismo.
Está na moda ser pobre desde que favela virou comunidade, mantenha os miseráveis satisfeitos e assim é fácil conter as revoltas populares. No Brasil, o povo só se revoltaria em 3 situações: 
1- caso o país desistisse de sediar a copa ou as olimpíadas;
2- caso resolvessem que o único feriado durante o período do carnaval fosse a própria terça feira;
3- caso acabassem com o bolsa família.
De resto: a educação pública pode ser um lixo e os professores podem fazer greve; podem continuar morrendo várias pessoas nos corredores dos hospitais por falta de atendimento; a violência e a corrupção podem superar a criatividade dos cineastas e serem mais absurdas do que filmes. Nada muda! Nessa hora o que reina é o conformismo de um povo que desistiu de lutar pela qualidade, pela igualdade e pela justiça.


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