O Fato:
Brasileiro pode levar 20 anos para ter padrão de vida europeu, diz Mantega
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, comentou nesta
sexta-feira um estudo que aponta o Brasil como a sexta economia do
mundo, dizendo que os brasileiros podem demorar entre 10 e 20 anos para
ter um padrão de vida semelhante ao europeu.
"Isso significa que vamos ter que continuar
crescendo mais do que esses países, aumentar o emprego e a renda da
população. Temos um grande desafio pela frente", disse.
A afirmação foi feita após a divulgação de uma
análise do Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR, na sigla em
inglês), indicando que o Brasil deve ultrapassar a Grã-Bretanha e se
consolidar a sexta posição no ranking das maiores economias ao fim de
2011.
Para o ministro, o Brasil tende a consolidar
essa posição porque o continuará com um ritmo de crescimento maior do
que outros países, devido a crise que afeta, principalmente, as
economias avançadas.
"Os países que mais vão crescer são os
emergentes como o Brasil, a China, a Índia e a Rússia. Dessa maneira,
essa posição vai ser consolidada e a tendência é de que o Brasil se
mantenha entre as maiores economias do mundo nos próximos anos", disse.
Mantega afirmou ainda que o Brasil atualmente é
"respeitado e cobiçado", citando o fato de que os investimentos
estrangeiros diretos devem somar US$ 65 bilhões esse ano.
O executivo-chefe da CEBR, Douglas McWilliams, disse, em entrevista à
BBC, que esta mudança de posições entre Brasil e Grã-Bretanha faz parte
de uma tendência mundial.
"Acho que isto é parte da grande mudança
econômica, onde não apenas estamos vendo uma mudança do Ocidente para o
Oriente, mas também estamos vendo que países que produzem commodities
vitais - comida e energia, por exemplo - estão se dando muito bem, e
estão gradualmente subindo na 'tabela do campeonato econômico'",
afirmou.
A entidade prevê ainda que a economia britânica
supere a francesa até 2016. Além disso, o estudo aponta que a economia
da zona do euro encolherá 0,6% em 2012, "se o problema do euro for
resolvido", ou 2%, caso a crise financeira que assola os países que
adotam a moeda não encontre solução.
O estudo repercutiu na mídia britânica. O jornal The Guardian atribui
a perda de posição à crise bancária de 2008 e à crise econômica que
persiste em contraste com o boom vivido no Brasil na rabeira das
exportações para a China.
O Daily Mail, outro jornal que destaca o
assunto nesta segunda-feira, diz que a Grã-Bretanha foi "deposta" pelo
Brasil de seu lugar de sexta maior economia do mundo, atrás dos Estados
Unidos, da China, do Japão, da Alemanha e da França.
Segundo o tabloide britânico, o Brasil, cuja
imagem está mais frequentemente associada ao "futebol e às favelas sujas
e pobres, está se tornando rapidamente uma das locomotivas da economia
global" com seus vastos estoques de recursos naturais e classe média em
ascensão.
Fonte: BBC Brasil
A Opinião:
A notícia é boa? Aparentemente sim, mas essas previsões de longo prazo analisam o mundo de acordo com o que temos hoje e não levam em consideração o que pode surgir no futuro.
O Brasil passa por um momento bom, a conjuntura lhe é favorável. Mas o crescimento desprezando investimentos em educação é sustentável? Até quando seremos o país da moda?
Nosso país precisa acordar para manter esse crescimento de maneira sólida e constante. Estamos nos aproveitando do mau momento de outras nações para crescer, mas essas nações podem e devem dar a volta por cima e quando isso acontecer em que patamar estaremos?
O país acerta ao investir em pesquisas no campo da biotecnologia, pouco se fala no impacto que esse setor causará a nível mundial, porém acredito que em um curto espaço de tempo terá um impacto semelhante ao das Revoluções Industriais.
O Brasil também acerta ao buscar reduzir as desigualdades sociais e combater a corrupção. Além de realizar uma política econômica responsável, sem se deixar envolver pela euforia do mercado.
O único pecado é a falta de investimentos na educação básica. É imperativo dar um salto qualitativo nesse quesito.
Respondendo a pergunta: A notícia é boa? Só depende do Brasil.
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