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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Bônus do Sisu e a educação pública


O Fato:



Apenas 3 entre 1.748 aprovados na UFF pelo Sisu passaram sem bônus


A Universidade Federal Fluminense (UFF) divulgou em seu site oficial, nesta terça-feira (17/01), uma lista com 1.748 nomes de candidatos aprovados na primeira chamada da instituição por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Segundo o documento, apenas três deles conseguiram a aprovação sem contar com o bônus de 20% aplicado na nota final do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011 para egressos de escola pública.
A instituição, que ofereceu vagas no Sisu em 98 cursos, confirmou que "uma grande maioria" dos aprovados teve sua nota incrementada pela política de ação afirmativa da UFF, mas afirmou que todos esses estudantes deverão comprovar, com documentos, que estudaram todos os anos do ensino médio na rede pública estadual ou municipal de ensino. "Caso contrário eles serão eliminados do concurso."
Ainda segundo as regras da instituição, quem estudou em colégios federais ou militares não têm direito ao benefício.
De acordo com Neliton Ventura, que coordena o vestibular da Federal Fluminense, a instituição bonifica os candidatos egressos de escola pública há cinco anos porque "é uma forma de incentivá-los, mas de uma maneira que o esforço e o mérito precisam ser considerados". Segundo ele, é por isso que a UFF não reserva cotas para os candidatos.
Os três aprovados na primeira chamada do sistema do Ministério da Educação que não receberam bônus se inscreveram nos cursos de engenharia de recursos hídricos e do meio ambiente, letras - português e cinema e audiovisual.
Segundo Ventura, na edição de 2011 do Sisu, o resultado foi parecido: uma grande maioria dos aprovados recebeu o bônus. Ele não soube informar a porcentagem desses candidatos que efetivou a matrícula na instituição.
"É uma política de inclusão social com um lado democrático muito acentuado", afirmou.
Nos primeiros quatro anos da política, o bônus era de 10% na nota final dos vestibulandos beneficiados. Isso fez com que, de acordo com Ventura, a porcentagem de estudantes que se formaram no ensino médio na rede pública e foram aprovados na UFF subisse de 12 a 15% para entre 20 e 25%, com aumento principalmente entre os cursos mais concorridos.
Ainda segundo ele, aumentar o bônus para 20% foi a maneira que a instituição encontrou para que essa porcentagem subisse para cerca de 30 a 35% no processo seletivo de 2012.
Neste ano, 80% das cerca de 9.500 vagas da UFF serão preenchidas pelo vestibular tradicional, e 1.748 estão em disputa por meio do Sisu. Ventura afirma que, como o processo seletivo da universidade exige que todos os candidatos passem na primeira fase sem bônus - aplicado apenas na nota final -, a porcentagem de egressos de escola pública aprovados por esse sistema será diferente.
Porém, esse é o último vestibular realizado pela instituição, que, a partir de 2013, utilizará apenas a nota do Enem. "Se houver necessidade de ter gradação desse bônus, vamos estudar."
O resultado final do vestibular 2012 da UFF sai no dia 30 de janeiro.

Fonte: Portal G1
Esse vídeo é de 2010 e fala sobre o ENEM:

A Opinião:
O erro absurdo da UFF de bonificar a nota dos alunos oriundos de escolas da rede pública serve ao menos para percebermos a defasagem do ensino público em relação a rede privada. 
O ensino público está, no momento atual, no mínimo 20% pior do que o ensino particular. Digo no mínimo porque quando o bônus de 10% vigorava ainda assim não era suficiente para garantir o acesso de alunos da rede pública.
A injustiça é imensa, porque tem muitos alunos da rede particular que se dedicaram, lutaram, perderam finais de semana e estariam aprovados se não fosse por esse disparate. Há um nivelamento por baixo e assim o governo foge de um problema que deveria enfrentar desde a década de 1980. 
A educação pública era  elogiada, os alunos disputavam vagas para estudar em instituições públicas, hoje a evasão escolar é absurda, os alunos estudam para garantir o Bolsa Família. O salário do professor era equiparado ao de um coronel e hoje está menor do que o do cabo. 
Alguns vão falar que os alunos precisam tirar a diferença na hora da prova porque já sabiam dos bônus e no futuro vão ter que enfrentar bônus para serem aprovados em concursos públicos. Mas, em concursos públicos o bônus é para quem se esforçou e conseguiu concluir um mestrado ou um doutorado, privilegia-se aquele que já batalhou. Pelo Sisu, privilegia-se aqueles que estudaram em escolas públicas simplesmente porque essas não preparavam suficientemente e o governo não foi competente para oferecer a esse aluno condições de igualdade.
A punição então é para os alunos da rede particular e para as escolas particulares que realizam um trabalho muito sério e são julgadas pela quantidade de alunos que conseguem aprovar no vestibular. Se aprova menos a busca tende a ser menor e para sobreviver precisam aprovar bastante, com isso algumas escolas passam a preparar o aluno para fazer provas e não para a vida.Conciliar a preparação para a vida e para as exigências do vestibular é o grande desafio das escolas hoje.
Pergunto: De que maneira o ensino público vai melhorar com essa medida? 
Essa medida mostra que estão pensando os alunos como número, como estatística e não como seres humanos. Essa atitude eu repudio, me enoja, porque educar está além da tentativa de atrair dinheiro ou votos através de uma estatística manipulada. Educar é se envolver, acreditar em um futuro melhor, mais justo, ensinar aos SERES HUMANOS que estão em sala de aula a diferença entre o certo e o errado, a importância da solidariedade, da verdade, da honestidade, do amor ao próximo. Além, é claro, de oferecer conhecimentos nas mais diversas disciplinas.
Por favor, parem de fazer o que é errado parecer certo, parem de justificar o injustificável, parem de prejudicar aqueles que lutam para conquistar o seu lugar ao sol. E vamos todos juntos lutar sim para melhorar a educação de base do ensino público brasileiro, valorizar o professor, a escola e todos os que se preocupam com a educação brasileira e com o futuro do nosso país.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Vazamento da prova do Enem (?)


O Fato (ou seria a acusação?):

MPF recomenda ao MEC a anulação do Enem por suposto vazamento

O Ministério Público do Ceará afirmou nesta quarta-feira (26/10) que vai encaminhar ao Ministério da Educação uma recomendação para a anulação do Enem em todo o país. Em nota, o procurador Oscar Costa Filho disse ter sido procurado por candidatos do exame e que constatou a existência de 13 questões idênticas, literalmente copiadas de um simulado elaborado na cidade de Fortaleza e encontradas nas provas do Enem.

Segundo o procurador, a apostila que um colégio de Fortaleza teria distribuído a alunos teria 13 questões idênticas ao que caiu nas provas do Enem:  no 1º dia, prova amarela, nº 87, 46, 50, 74, 57, 34, 33, 32 e 2º dia, prova amarela, 113,180, 141, 173 e 154. O G1 teve acesso ao material de estudo e constatou pelo menos 11 questões idênticas.
O MEC afirmou ao G1 que não recebeu ainda a solicitação do MPF. Por meio de sua assessoria de imprensa, o Ministério da Educação afirmou: "O Ministério da Educação e o Inep (autarquia do MEC que organizou o Enem) continuaram acompanhando o tráfico de informação na rede social mesmo após a aplicação das provas. As informações veiculadas com maior intensidade nesta terça-feira por estudantes de Fortaleza dando conta de que estudantes do Colégio Christus teriam recebido apostilas com questões semelhantes à do exame nos obrigou a revisar todas as medidas de segurança da aplicação da prova de Fortaleza. Não há nenhum registro de vazamento de problemas de logística, de que nenhum vazamento tenha saído da prova, a prova foi serena".
Ainda afirma o MEC: "Na manhã desta quarta-feira (26), o Ministério da Educação e o Inep, por volta de 7h, dado o grande movimento que circulou na rede social a partir dos estudantes de Fortaleza, acionou a Polícia Federal para investigar as origens da informações".
Segundo o Inep, 639 estudantes do Colégio Christus fizeram a prova do Enem. Em caso de comprovação de alguma irregularidade, estes candidatos poderão ter de fazer novamente as provas do Enem. O Inep vai aplicar o exame no final de novembro para pessoas privadas de liberdade, e seria possível estender esta prova a outros estudantes.
Em nota, o MPF do Ceará diz: "O problema se repete, apresentando mais uma vez, um caso de vazamento de provas. Sem necessidade de recorrer à Justiça, o MPF considera a importância da investigação pela Polícia Federal para apurar os responsáveis, mas entender que já há provas constituídas para determinar uma atitude do MEC quanto à irregularidade, que não é mais pontual, atinge todos os inscritos no país. "É necessário que se imponha, de uma vez, a constitucionalidade no Enem, que significa o direito de recorrer em caso dos candidatos se sentirem prejudicados", explica o procurador."
O MEC nega que tenha ocorrido vazamento das provas do Enem.

Fonte: Portal G1

 

A Opinião: 

Os brasileiros reclamam da corrupção dos políticos mas aceitam qualquer falcatrua para se dar bem. Alguns dirão que são poucas questões, mas quem garante que não houve um total direcionamento para que os alunos resolvessem as outras?

Atitudes como essa colocam em xeque a credibilidade dessa avaliação. Será que além das cotas por etnia e para estudantes de escola pública, os candidatos terão que se adequar também a cota para corruptos?

Em 5 milhões de provas é muito difícil realmente que não haja nenhum problema, vamos ver com calma se o vazamento é confirmado e qual será a postura do MEC.

E nesse caso, não adianta culpar apenas o Governo Federal. A sociedade brasileira tem esse vício nojento.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Mais dias letivos nas escolas


O Fato:

Ministro defende mais dias letivos nas escolas

O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira que prefere ampliar o número de dias letivos nas escolas em vez de ampliar o número de horas/aula.
"Há alguns estudos que mostram que o número de dias é mais importante do que o número de horas por dia", disse, após sair de um evento em Brasília. "O impacto sobre a aprendizagem é até maior quando nós falamos de dias letivos por ano", completou.
Anteontem, o ministro anunciou a intenção de ampliar a jornada escolar obrigatória nas escolas públicas e particulares do país. O MEC apontou duas possibilidades: ou os colégios aumentam o número de dias letivos (de 200 para 220) ou o total de horas de aulas por dia.
Hoje, o ministro afirmou que o ministério considera inclusive a hipótese de deixar que cada escola escolha a maneira de ampliar a jornada.
"Estamos discutindo a proposta com secretários municipais e estaduais. Temos de ver quais são as possibilidades concretas de rede física e qual é a maior conveniência", afirmou.


A Opinião:
Ah sim, então é isso? É só aumentar a carga horária que o ensino no Brasil vai decolar? Eu gostaria de saber uma coisa: Os professores foram consultados? 
O Brasil segue cometendo dois erros básicos na área de educação: 
1- Nenhuma mudança é discutida com aqueles que estão dentro de sala de aula, falo em discussões e não em apresentações de propostas prontas e não testadas. Educação não pode ser medida através apenas das estatísticas.
2- Querem começar a corrigir os rumos da educação pelo Ensino Médio. Ninguém começa a construir uma casa pelo telhado. É necessário começar com uma base firme. Essa mudança precisa começar a partir da educação de base, valorizando aos professores e professoras desse segmento, consequentemente o Ensino Médio irá melhorar.
Esse abandono total do tradicionalismo na educação irá nos custar caro, vivemos em uma época onde não se pode reprovar porque traumatiza o aluno, em que o foco da educação tem que estar voltado completamente para o aluno (muitas vezes visto como cliente), quando na verdade o foco precisa estar voltado para o professor (que foca naturalmente o aluno). É o professor que precisa de melhores condições para trabalhar.
Para ensinar é necessário 3 coisas: 
1- Que os professores saibam o conteúdo a ser ensinado e a forma como deve ensinar (E, embora muitos digam o contrário, os professores no Brasil sabem)
2- Que os professores queiram ensinar (E querem)
3- Que os alunos queiram aprender. 
Os alunos querem aprender, mas querem um modelo de sucesso na frente, eles se concentram nas aulas dos professores que eles mais admiram e quando isso ocorre os três pontos se completam. E sem a necessidade dos 20 dias a mais, e talvez até mesmo com 20 dias a menos, pois quando o aluno quer aprender a aula rende e todos podem ter mais tempo para descanso e planejamento para o futuro.