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domingo, 22 de abril de 2012

Niterói quer paz


O Fato:



Manifestação em Icaraí reúne 500 pessoas pela paz, diz PM


Mais uma manifestação para protestar contra a violência em Niterói foi realizada na tarde deste sábado na Praia de Icaraí. Organizado por cinco jovens da cidade, a manifestação “Niterói quer Paz” reuniu, segundo a Polícia Militar, cerca de 500 pessoas vestidas de branco, com faixas e cartazes nas mãos, que se concentraram na altura da Rua Miguel de Frias, onde foi realizado atos simbólicos. Cinco cruzes de madeira foram cravadas na areia da praia, em homenagem à cinco vítimas de violência na cidade, sendo, quatro destas, apenas do mês de Abril deste ano. Ao redor das cruzes, manifestantes e parentes das vítimas rezaram um pai nosso e fizeram um minuto de silêncio.
Para encerrar a manifestação, uma passeata foi realizada até o fim da praia, onde muitos moradores, que se sensibilizaram com o ato, estenderam toalhas brancas nas janelas dos apartamentos e desceram para reforçar a manifestação.  
No evento, um abaixo assinado estava circulando para recolher assinaturas com intuito de reivindicar ações da segurança pública não apenas em Niterói, mas em todo o estado; além do aumento do efetivo da corporação do 12°BPM (Niterói) - na proporção de 01 policial militar para cada 250 habitantes, conforme orientação da Organização das Nações Unidas (ONU); reforço do policiamento ostensivo a pé e melhorias na iluminação pública, o que, segundo os idealizadores do manifesto dificultaria a ação dos criminosos. 
O objetivo, segundo uma das organizadoras do evento, a estudante Mariana Feijó, de 21 anos, é alcançar 5 mil assinaturas. “Para que outras famílias não passem pelo drama que estas estão passando e para trazer a paz de volta em Niterói é preciso que toda a população se sensibilize e entre nessa luta pela paz e segurança, que é um direito de todo cidadão”, disse. 
Para o presidente da Ong Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, 49, que esteve no local, para que eventos como esses tenham êxito é necessário que a população se empenhe na luta. “É preciso que as pessoas se conscientizem que esse movimento aqui hoje é apenas o primeiro passo. Não podemos achar que ter vindo aqui já fizemos a nossa parte. Essa luta é diária, constante.”, disse. 
Ele ainda relatou outras reivindicações que devem ser atendidas pelo Estado.  “Precisamos também de melhorias no trabalho de investigação da polícia civil, políticas de segurança para as comunidades não pacificadas e políticas públicas para comunidades carentes”, declarou Antônio, que é nascido em Niterói e declarou nunca ter visto a cidade passar por esse momento que vive. 
Uma das presenças na manifestação foi da biomédica Letícia Valadares, prima do estudante Jorge Luis de Carvalho, de 24 anos, que teve morte cerebral no Hospital das Clinicas de Niterói  depois de ser baleado na madrugada do dia 1º de abril, após tentativa de assalto no Ingá. “Além de termos perdido uma pessoa honesta e trabalhadora, que era muito amado por todos nós e pelos amigos, a  rotina da vida da minha família mudou depois deste episódio. Niterói está refém do medo e essa situação precisa terminar. Segurança pública é um direito de todos, acredito que manifestos como esses são importantes para pressionar o poder público a agir”, disse. 

Fonte: Jornal O Fluminense




A Opinião:


Niterói e outras cidades como São Gonçalo, Itaboraí e a Baixada Fluminense estão sofrendo com a falta de planejamento do Governo Estadual que combate a violência utilizando um "cobertor curto", quando cobrem a cabeça, descobrem os pés.
A preocupação em arrumar a casa apenas para receber visitas deixa os moradores com a sensação de abandono. A Copa do Mundo e as Olimpíadas poderiam deixar um legado para o estado do Rio de Janeiro e não apenas para a cidade, ou melhor, não apenas para a Zona Sul e Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Quando surgiu a ideia das UPPs, muitas pessoas já previam essa migração da criminalidade, mas não adianta começarem um "jogo de empurra" com o governo culpando as prefeituras e vice-versa. As UPPs poderiam ser implantadas antes em comunidades já pacificadas e posteriormente irem em direção as zonas mais complicadas, assim o cerco ficaria fechado, mas isso não foi feito e agora resta remediar.
Aumentar o número de policiais e a iluminação pública é um passo, mas seria importante investir na educação do povo e na geração de empregos. Não adianta apenas varrer a sujeira para debaixo do tapete e mostrar uma casa bonita para os turistas, é o povo brasileiro que vive aqui.
Se no nosso país houvesse segurança, facilidade de mobilidade urbana e boas condições de vida para o povo brasileiro, agradaríamos a qualquer turista. Porém, obras para agradar apenas aos turistas, não resolvem em nada o problema dos brasileiros. Se continuarmos nesse passo peço aos governantes que pelo menos não falem em legado da Copa e das Olimpíadas. Não nos tratem como idiotas.

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