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terça-feira, 3 de abril de 2012

Sarkozy X Islâmicos


Os Fatos:



Protesto contra lei antiburca acaba com 3 detidas

Três mulheres que vestiam longos lenços islâmicos foram detidas ontem, em Paris, no primeiro dia de vigência da lei que proíbe o uso da burca na França. As prisões temporárias foram realizadas na frente da Catedral de Notre-Dame, a mais importante da capital, durante um protesto não autorizado pela polícia.
Segundo o Ministério do Interior, porém, a detenção ocorreu porque as três muçulmanas não tinham informado as autoridades sobre a manifestação, e não porque usavam os véus. Convocadas pela associação Touchez pas à ma Constitution (Não toque na minha Constituição, em tradução livre), as muçulmanas tinham como intenção provocar a primeira ação policial contra o uso da burca na França.
Pela lei, elas seriam multadas em 150 euros e obrigadas a participar de um "curso de cidadania" patrocinado pelo Ministério do Interior. "Há 12 anos eu a uso e continuarei a usá-la. É a França e o Estado laico que me dão o direito de ser muçulmana praticante", afirmou Kenza Drider, de 32 anos. "Essa lei é um atentado aos direitos europeus. Estou apenas defendendo a minha liberdade de ir e vir e minha liberdade religiosa", argumentou.
O protesto, o assédio dos jornalistas - incluindo de uma rede de TV iraniana, a Al-Alan - e as discussões com franceses que decidiram opinar sobre a lei chamaram a atenção da polícia. Dezenas de agentes e um ônibus foram mobilizados para a intervenção. As três muçulmanas foram, então, obrigadas a embarcar no veículo.
Além de enfrentar a polêmica, o governo do presidente Nicolas Sarkozy, autor da proposta de proibição da burca, terá de enfrentar outro problema. Ontem, o secretário-geral adjunto do Sindicato de Comissários de Polícia, Emmanuel Roux, afirmou que a lei é "extremamente difícil de ser aplicada" e, por essa razão, será "muito pouco aplicada". Contribui para o pouco impacto prático da legislação o fato de que não mais de 2 mil a 3 mil mulheres usam burca em todo o país, segundo levantamentos independentes.
Cruzada francesa
150 euros
é o valor da multa para quem for flagrado com o rosto coberto nas ruas da França

2 mil
é o número estimado de mulheres que usam burca no país

5 milhões
de muçulmanos vivem na França

PARA ENTENDER
Sarkozy alega preservar raiz cultural do país
A proibição do uso de véus que cubram o rosto inteiro na França entra em vigor depois de um ano de debates e campanhas pró e contra a medida. Apoiadores do governo de Nicolas Sarkozy consideram a lei um passo necessário para a preservação da cultura francesa e para o combate do que eles consideram tendências separatistas entre os muçulmanos da França. Considerada difícil de aplicar, a legislação não menciona o Islã em texto. Segundo as novas regras, porém, os policiais franceses não têm o direito de mandar as muçulmanas tirarem os véus no meio da rua e são obrigados a acompanhá-las a uma delegacia para que elas sejam identificadas. Os muçulmanos criticam a medida, alegando que ela fere a liberdade religiosa. Os principais movimentos islâmicos franceses calaram-se ontem, mas muitas muçulmanas têm planos de continuar usando os véus.
Fonte: Estadão
Advogada da família de Mohamed Merah defende que ele foi "liquidado"
Zahia Mokthari, advogada contratada pelo pai de Mohamed Merah, para processar o corpo de elite da polícia francesa RAID pela morte do jovem franco-argelino, autor confesso de sete mortes em Toulouse e em Montauban, segundo versão das forças de segurança francesas. 

Zahia Mokthari afirmou, no domingo, em conferência de imprensa, em Argel, que tem provas de que o alegado jiadista foi "liquidado" pela corpo de elite da polícia e assegura, segundoelpais.es, que tem "dois vídeos idênticos de 20 minutos cada um, nos quais se ouve Mohamed Merah dizer aos polícia ‘por que me matais’ e ‘estou inocente’"

Segundo a mesma fonte, a advogada sustenta ainda que esses vídeos são autênticos e que lhe foram entregues por "pessoas que participaram nos fatos e que querem que a verdade seja conhecida". Recorde-se que os RAID afirmaram que foi dada, até ao fim, oportunidade a Mohamed Merah de se render, mas que se viram obrigados a disparar contra ele, por ele os terem recebido em "atitude de combate", quando entraram no apartamento onde se tinha entrincheirado. 

A advogada defende ainda que Mohamed Merah "foi manipulado pelos serviços secretos franceses e que, depois, foi liquidado para nunca se soubesse a verdade". Mas esta versão – recorda o elpaís.es - foi firmemente desmentida na semana passada pelo chefe da Direção Central de Informações Internas, Bernard Squarcini. Merah, disse Squarcini, "não trabalha para os serviços franceses nem para os serviços estrangeiros".

Zahia Mokhtari afirmou ainda, durante a referida conferência de imprensa, que enviou à Justiça francesa "uma primeira lista com nomes de um responsável dos serviços secretos franceses e de outras pessoas com diferentes nacionalidades que trabalharam com Merah para fossem ouvidas durante o processo".

O governo francês não reagiu para já às declarações de Zahia Mokthari e tinha anteriormente rejeitado uma moção do Partido Socialista Francês que pedia para que Squacini e outros chefes dos serviços secretos fossem ouvidos sobre o caso em comissão do Senado.

Segundo revelou a autópsia, Mohamed Merah morreu em resultado de um tiro na cabeça e outro no abdomen, e o seu corpo foi cravado com 20 balas durante o assalto do RAID. A polícia alega que ele confessou ter assassinado sete pessoas em Montauban e em Toulouse, nos dias 11 e 19 de Março. 
Fonte: A bola.pt

Sarkozy: islâmicos presos tramariam ataques


O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse nesta terça-feira a um grupo de islâmicos detidos na semana passada que havia a possibilidade de eles estarem preparando ataques contra o país.
A polícia francesa prendeu na semana passada 19 pessoas que têm ligações com extremistas muçulmanos em toda a França, e na ocasião também apreendeu armas. Sarkozy disse que aqueles presos constituíam uma ameaça à segurança do país.
"Há uma investigação judicial em curso e existem sérios elementos nesse sentido", afirmou o presidente francês em uma entrevista à TV "station Canal Plus".
"As autoridades francesas vão deportar todos os estrangeiros que defenderem o ódio e a violência", acrescentou Sarkozy.
Fonte: Diário do Grande ABC




A Opinião:
Essa questão não é franceses e muçulmanos, trata-se de uma estratégia política de um homem que vê sua popularidade cair e que busca resgatar o prestígio próximo das eleições.
A estratégia utilizada pelo Nicolas Sarkozy é a mesma utilizada por governantes dos Estados Unidos. Primeiro o George W. Bush, que ao se ver perdido no governo, encontrou uma solução após o 11 de setembro ao declarar guerra ao terror. Depois Barack Obama, visto como uma solução e desapontando muitos pelo mundo, buscou se reerguer ao assassinar Osama Bin Laden.
Eleger um inimigo comum, fazer com que pareça uma ameaça nacional e até mundial e aparecer como herói funcionou no passado e pode funcionar novamente no presente. E depois os muçulmanos é que são os terroristas.

4 comentários:

  1. A intolerância é que destrói a política de boa vizinhança. Devemos proteger e respeitar os direitos humanos e a dignidade da vida! Isso sim.

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    1. Exatamente! Sem respeito mútuo é impossível haver integração

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  2. Acredito que haja não só a questão de recuperar prestígio num momento pré-eleitoral como também um sutil nacionalismo por parte do Sarkozy em querer livrar a França de culturas externas, como a burca dos islâmicos eárabes. Minha franca opinião.

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