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segunda-feira, 12 de março de 2012

EUA e o combate ao narcotráfico


O Fato:



Morales afirma que EUA usam luta antidrogas como ferramenta geopolítica


O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou nesta segunda-feira durante uma entrevista coletiva em Viena, na Áustria, que os Estados Unidos utilizam a luta contra as drogas como uma ferramenta "geopolítica".
"Infelizmente, os EUA usam a luta contra o narcotráfico a partir de um ponto de vista geopolítico, por interesses geopolíticos", disse o presidente ao ser perguntado sobre um recente relatório do Departamento de Estado americano que afirmou que a política antidrogas de La Paz tinha fracassado.
Morales reclamou que o "Departamento de Estado americano sempre desqualifica os avanços na luta contra o narcotráfico".
Já as Nações Unidas, ressaltou o chefe de estado, "reconhecem os avanços na luta contra o narcotráfico e a redução da área de cultivo de coca".
Morales explicou que o Departamento Americano Antidroga (DEA) foi expulso da Bolívia pois tentava influenciar a política interna do país.
O presidente disse que o DEA operava no país apenas para perseguir "políticos e dirigentes sindicais antiimperialistas. Por isso expulsamos a DEA".
Morales denunciou que os países antiimperialistas da América Latina são acusados pelos EUA de serem terroristas, autoritários e de abrigarem narcotraficantes.
O líder boliviano discursou hoje na Comissão de Entorpecentes da ONU para solicitar a descriminalização em seu país da folha de coca para usos tradicionais e medicinais, ao mesmo tempo em que reafirmou a luta da Bolívia contra o narcotráfico.
Evo Morales voltará para La Paz na noite desta segunda-feira, após uma ampla agenda em Viena, que inclui uma reunião com o presidente da Áustria, Heinz Fischer.
A Bolívia é o terceiro maior produtor de coca do mundo, após a Colômbia e o Peru, com 31 mil hectares de área cultivada, dos quais 12 mil são áreas legais destinadas ao uso tradicional.
Fonte: Portal Terra


A Opinião:

Os Estados Unidos ainda detém a hegemonia mundial e para se manter assim é fundamental que todas as suas ações tenham interesses geopolíticos. Os países que não enxergam dessa forma são no mínimo inocentes.
É inviável acabar com o tráfico de drogas sem acabar com o mercado consumidor. Atualmente o que se vê é a criminalização da venda, porém a descriminalização do consumo, os usuários são vistos como vítimas e não como mantenedores de uma indústria ilegal.
Todos sabem que os principais mercados consumidores estão nos países desenvolvidos, que fazem de conta que combatem ao mesmo tempo em que lucram com a venda de armas e equipamentos de segurança enquanto culpam as nações mais pobres e criam brechas para intervenções.
O presidente boliviano tem razão? Em grande parte sim, mas quem se importa? A quem vão ouvir: Evo Morales ou Barack Obama? Quero ver quem vai ter coragem de combater o tráfico da hipocrisia.

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