O Fato:
Ato em defesa dos royalties reúne 150 mil pessoas na Cinelândia, diz PM
A Polícia Militar informou, por volta das 19h desta quinta-feira (10/11),
que o ato contra as novas regras de distribuição dos royalties reúne
cerca de 150 mil pessoas, na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro. A concentração aconteceu por volta das 15h e já havia atraído 50 mil manifestantes à Candelária, segundo a PM.
Os royalties são tributos pagos pelas empresas aos estados de onde o
petróleo é extraído, como o Rio de Janeiro e o Espírito Santo. A nova
proposta já aprovada pelo Senado prevê a diminuição do repasse aos estados produtores e um aumento para os que não produzem o óleo.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, não fez discurso.
“Preferimos que a sociedade se expresse”, disse ele. Em seu breve
pronunciamento, Cabral afirmou que o estado não vai ceder ao projeto de
lei. “Nós não vamos ceder um real sequer do que já foi licitado por
respeito ao diálogo e à democracia. O Rio é um estado essencialmente
democrático, mas não vamos aceitar que avancem sobre receitas garantidas
ao nosso povo”, disse.
Os manifestantes seguiram da Candelária até a Cinelândia. A atriz Fernanda Montenegro discursou em palco montado na Cinelândia. Segundo os organizadores, estão programados, ainda, shows das bandas Diante do Trono e dos cantores Naldo e Lulu Santos.
Artistas, músicos e outras personalidades também devem participar do
protesto, entre eles, a apresentadora Xuxa, as atrizes Cissa Guimarães,
Paula Burlamaqui, Letícia Spiller e Christiane Torloni, os cantores
Martinho da Vila e Fernanda Abreu, além do ex-treinador Carlos Alberto
Parreira e do arcebispo do Rio Dom Orani Tempesta.
De acordo com o Centro de Operações da prefeitura, é tranquilo no entorno do local do ato. Por causa da passeata, a prefeitura montou um esquema especial de trânsito. Não há registro de retenções.
A nova proposta já aprovada pelo Senado prevê a diminuição do repasse aos estados produtores e um aumento para os que não produzem o óleo.
De acordo com o Centro de Operações da prefeitura, é tranquilo no entorno do local do ato. Por causa da passeata, a prefeitura montou um esquema especial de trânsito. Não há registro de retenções.
A nova proposta já aprovada pelo Senado prevê a diminuição do repasse aos estados produtores e um aumento para os que não produzem o óleo.
Além da presença do governador do Rio, Sérgio Cabral, do prefeito
Eduardo Paes, políticos de outras cidades prometeram comparecer ao
evento desta tarde.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio, Wadih Damous,
participou do ato: “O Rio, historicamente, sediou grandes lutas
democráticas do país, como a anistia e as 'Diretas Já'. É um cenário
natural e histórico de manifestação. O povo vem às ruas por um direito
garantido da constituição.”
Para ele, a divisão dos royalties do petróleo vai significar a quebra
do estado. “Põe em risco a realização das Olimpíadas e da Copa do Mundo.
Vai coibir projetos sociais. Espero que a manifestação sensibilize os
deputados federais e a presidente da república”, disse.
“Os royalties estão previstos para que os estados produtores tenham uma
compensação pelo impacto ambiental. Esse projeto de lei é abertamente
inconstitucional, trata-se de uma briga financeira que está sendo
travada politicamente. Nós nos colocamos à disposição para subscrever
uma ação direta de inconstitucionalidade a ser proposta no STF”,
afirmou.
Nesta quinta-feira, por causa do protesto, as repartições públicas estaduais e municipais tiveram ponto facultativo a partir das 14h, segundo a assessoria do governo do Rio. Um esquema de trânsito especial também foi montado para amenizar os impactos no tráfego das vias do Centro.
Nesta quinta-feira, por causa do protesto, as repartições públicas estaduais e municipais tiveram ponto facultativo a partir das 14h, segundo a assessoria do governo do Rio. Um esquema de trânsito especial também foi montado para amenizar os impactos no tráfego das vias do Centro.
Fonte: Portal G1
A Opinião:
Farinha muita e mesmo assim meu pirão primeiro. É impressionante a capacidade que as pessoas tem de se mobilizar quando o assunto é dinheiro. Para começar a falar sobre isso, trago um texto do Milton Santos:
"Antes o território continha o dinheiro, que era em parte regulado pelo dinheiro, pelo território usado. Hoje, sob a influência do dinheiro, o conteúdo do território escapa a toda regulação interna, trazendo aos agentes um sentimento de instabilidade, essa produção sistemática de medo que é um dos produtos da globalização perversa dentro da qual vivemos, esse medo que paralisa, esse medo que nos convoca a apoiar aquilo em que não cremos apenas pelo receio de perder ainda mais."
O dinheiro é capaz de subverter toda lógica. Quando há uma convocação para uma luta contra a corrupção, aparecem cerca de 10 mil. Se a convocação é pela defesa dos royalties, aparecem 150 mil. Muitos desses sequer entende o que são royalties.
Os Governos decretam ponto facultativo nas escolas e em outras repartições públicas, armam esquemas de segurança, tudo para usar o povo para defender os interesses das elites. A pergunta é: Quantas pessoas se mobilizariam contra a corrupção ou contra o mau uso do dinheiro público? Haverá ponto facultativo? A polícia vai permitir um ato em defesa do povo contra a corrupção?
A alegação é que pode comprometer a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, mas os gastos ultrapassaram demais o que estava previsto e ninguém fala nada quanto a isso.
Pelo terceiro ano consecutivo o ENEM passa por problemas. Estamos próximos de enfrentar a maior epidemia de dengue dos últimos anos no Rio de Janeiro. O número de mortos em acidentes de moto triplica. E cadê a mobilização?
Enfim, parabéns as elites, por isso se mantém no topo e têm uma vida confortável, simplesmente porque se articulam, manipulam, massacram e ainda tem seus bens admirados nas revistas e programas de TV. E quanto a nós? Basta balançar a cabeça positivamente e dizer Amém.
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