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sábado, 23 de julho de 2011

Impostômetro



O (Irritante) Fato:

Impostômetro chega a R$ 800 bilhões na sexta-feira

 

O Impostômetro - ferramenta criada há seis anos pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT e mantida pela Associação Comercial de São Paulo - ACSP,  que faz  o registro dos tributos pagos pelos contribuintes brasileiros nas  três esferas de poder  federal, estadual e municipal, aponta  que a arrecadação de impostos no Brasil vem em um crescendo, com as marcas alcançadas com antecedência cada vez maior em relação aos anos anteriores.
Em 2011, a marca de R$ 800 bilhões de impostos arrecadados será atingida com 31 dias de antecedência em relação ao ano passado, no dia 22 de julho. Em 2010, esta marca foi registrada no dia 22 de agosto. Em 2009, no dia 8 de outubro e, em 2008, no dia 7 de outubro.
Segundo o coordenador de estudos do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, a previsão do Instituto é de que a arrecadação em 2011 chegue  a R$1,4 trilhão, cerca de R$ 200 bilhões a mais do que no ano passado. "Em tudo o que fazemos, desde o momento em que acordamos, estamos pagando impostos. O sistema tributário brasileiro está excessivamente moldado para tributar o consumo. Nos países desenvolvidos, ocorre o inverso, tributa-se menos o consumo e mais a renda e o patrimônio", afirma.

"A carga tributária nada mais é do que o preço que se paga pelo serviço público e se no Brasil paga-se muito, o contribuinte deve exigir um serviço de qualidade". Segundo Amaral, se os governos são ineficientes nas áreas de saúde, educação e segurança pública, a alternativa é que haja uma melhora na qualidade do serviço ou a diminuição da carga tributária brasileira.
"Em todos os meses deste ano a arrecadação de impostos do governo federal bateu recordes, e os dados do semestre divulgados pela Receita Federal mostram crescimento real de 12,7%, com um aumento de R$ 77,068 bilhões sobre 2010; é de se lamentar que um incremento tão expressivo da arrecadação fiscal não esteja sendo utilizado para a eliminação do déficit público ou para a realização de investimentos indispensáveis", disse o presidente da ACSP, Rogério Amato.

 

A Opinião:

 

Durante o Século XVIII, o Brasil colônia pagava um alto tributo ao seu colonizador, Portugal. Esse tributo incidia sobre tudo o que fosse produzido no Brasil  e correspondia a 20% (ou seja 1/5 da produção). Essa taxação altíssima e absurda era chamada de "O quinto" e gerava tanta revolta nos brasileiros que era chamado de "O quinto dos infernos". Um dos motivos da Inconfidência Mineira era o pagamento do quinto.

Atualmente, o povo brasileiro paga quase dois quintos só de impostos. A diferença é que antes o dinheiro era destinado à metrópole e agora ao Governo Federal, com a promessa de voltar ao povo sob a forma de serviços públicos.

O povo apenas paga e não quer exigir nem a redução da carga tributária e nem a melhoria nos serviços públicos. A nossa carga tributária é superior a de países como Estados Unidos e Japão, porém os serviços públicos recebidos pelo povo brasileiro, principalmente nas grandes metrópoles, está muito aquém dos oferecidos por essas nações. E o povo apenas paga, reclama com o desconhecido na fila da lotérica, mas paga.

Esse descompasso entre o valor dos impostos e o retorno oferecido, dificulta o desenvolvimento do Brasil. A conjuntura mundial é favorável ao nosso país, que tinha tudo para alcançar um novo patamar, mas infelizmente estamos presos a uma estrutura tributária arcaica, a corrupção, a benefícios aos políticos e a inércia de um povo que se satisfaz com qualquer coisa.

Apesar de toda a injustiça, não enxergo uma nova "Inconfidência" no Brasil, afinal o povo só sabe balançar a cabeça positivamente, sem lutar pelos seus direitos.

Como diria Milton Santos: "O povo brasileiro não quer direitos, quer benefícios" E esse é um problema.

 

O Debate:

 

Você prefere a redução dos impostos ou a melhoria dos serviços públicos?

 

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