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sábado, 15 de outubro de 2011

Dia dos Professores


O Fato:

Dia dos Professores: carreira perde interessados ano a ano

"Não tenho filhos, mas se tivesse faria de tudo para não deixar que se tornassem professores. É o que farei com meus sobrinhos". Desta forma o educador Oscar Eduardo Magnusson resume o sentimento que acompanha os profissionais da categoria. Com salários desvalorizados, carga horária intensa em sala de aula e trabalho constante em casa, os professores estão cansados.
Resultado: cada vez menos gente procura uma formação na área. O panorama é desalentador e não há perspectiva de melhora em um curto espaço de tempo. Contudo, alguns especialistas analisam a situação por outro ângulo. Com a baixa procura pela profissão, a demanda por docentes seguirá alta. Uma perspectiva positiva em um horizonte obscuro.
O desânimo dos profissionais da Educação, cujo rendimento médio mensal é o pior no País, segundo o relatório Professores do Brasil: Impasses e Desafios (realizado pela Unesco e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2009), se reflete em uma procura cada vez menor por cursos de Pedagogia ou licenciaturas. O último Censo da Educação Superior, divulgado no ano passado, mostra que apenas a metade das vagas são preenchidas nas faculdades de Pedagogia. Consequentemente, a quantidade de formados vem caindo. Em 2005, cerca de 103 mil alunos concluíram o curso. Em 2009, esse número caiu para 52 mil. Nas licenciaturas, o cenário se repete: 77 mil formados em 2005, e 64 mil quatro anos depois.
Segundo o pedagogo Hamilton Werneck, nos últimos quatro anos foram fechados 200 cursos de Pedagogia no Brasil. "Soube recentemente que, no Maranhão, um professor deixou a função e foi ser bombeiro, cujo salário inicial é de R$ 2,5 mil. Prestará um inestimável serviço àquele Estado, no entanto, a Educação, por salários reduzidos, perdeu um profissional. A nova geração não quer mais ser professor", afirma.
Trabalhando em quatro escolas diferentes, o professor de Português da rede pública e particular de Indaiatuba (SP) Oscar Eduardo Magnusson, citado no começo da matéria, já está cansado. "Depois de 20 anos lecionando, me arrependi de ter escolhido esta profissão. Não melhora nunca", desabafa.
Se a procura pelos cursos está baixa, a demanda por educadores deve ser alta. Para Tânia Cristina Arantes Macedo de Azevedo, diretora acadêmica da Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista (Vunesp), o futuro acabará sendo promissor para aqueles que optarem pela carreira. "A perspectiva profissional do pedagogo é promissora, principalmente pela quantidade de concursos públicos abertos regularmente para a área da educação", diz, complementando que acredita em uma melhora na oferta do setor público para atrair os profissionais.
Na Universidade Estadual Paulista (Unesp), o curso de Pedagogia teve 1.626 inscritos no exame de 2011, o que representa apenas 3,8 candidatos por vaga. Enquanto isso, na página da Vunesp, entre os concursos em andamento para a área da educação, há opções para prefeituras como as de Guaíra, São Bernardo do Campo, São Carlos e São José do Rio Preto, além da seleção para executivo público do Governo do Estado. "A demanda por professores é cada vez maior. Basta ver o número de escolas avaliadas pelo Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), 8.736. O País só vai avançar por meio da educação", fala Tânia.
Werneck concorda. "A carreira de pedagogia é promissora, pois o mercado deve precisar cada vez mais de profissionais. No entanto, o que é oferecido ainda não é atrativo", afirma. Para o especialista em Educação, mesmo que o mercado sofra com a falta de profissionais, as ofertas de trabalho não deverão ser melhores. "Ou o Brasil faz uma grande revolução na Educação, que envolva currículos, programas, metodologias, salário e preocupação com o real aprendizado dos alunos, ou o salto econômico e social ficará prejudicado", sentencia.
Fonte: Portal Terra
Deixo para vocês também um filme marcante:


A Opinião:

Para ser professor é preciso vocação e envolvimento com os alunos, estamos tratando do futuro de todos e não apenas do nosso, pensar apenas no salário é de um egoísmo e de uma mesquinharia sem tamanho.
Entendo as reclamações, principalmente daqueles que não pensam apenas no dinheiro e sim no salto qualitativo das aulas se os salários fossem maiores.
As aulas ganhariam em qualidade porque o professor poderia trabalhar com uma quantidade menor de turmas e de alunos, conhecendo e se dedicando mais.
Agora o que é preciso entender é o seguinte: a realidade atual é essa e é preciso fazer o melhor com o que temos e lutar para que no futuro as condições da classe sejam melhores.
Muitos professores desistem de lutar porque estão chegando perto da aposentadoria, outros nem entram na luta porque estão começando agora e tem medo de "queimar o filme". Com isso falta união, as lutas pela educação se resumem a um grupo que pensa no bem de todos e não apenas no seu próprio bem e é justamente essa a maior virtude de um professor: acreditar na mudança e lutar pelo bem de outros, a vitória dos alunos é a vitória dos professores e consequentemente o começo de uma sociedade melhor.
Parabéns a todos os professores, merecem o reconhecimento e creio que apesar do descaso dos governos, a sociedade reconhece nesses profissionais o esforço, a doação e a qualidade. É uma das profissões em que o povo mais confia.
Não deixem essa profissão morrer, valorizem aqueles que te ensinaram, lutem por eles. Para que nos próximos anos, esses profissionais comemorem no dia dos professores algo mais além do dia de descanso.
Agradeço a todos os professores que passaram e passam pela minha vida, o valor de vocês está acima dos valores financeiros e a recompensa é uma sociedade melhor.


 

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