Médicos não vão atender planos de Saúde nesta quarta
Como forma de protesto, os médicos de Mato Grosso não atenderão, nesta
quarta-feira (21/09), pacientes com planos de saúde do Grupo Unidas. No
Estado, são 12 os participantes deste grupo: Cassi, Assefaz, Afemat,
Embratel, Fassincra, Petrobrás, Eletronorte, Caixa Econômica Federal,
Sambemat, Geap, Conab e Correios. A paralisação tem caráter nacional, porém cada Estado definiu, de forma autônoma, os planos de saúde que não serão atendidos. Conforme
a presidente do Conselho Regional de Medicina, Dalva Neves, o critério
de escolha do Grupo Unidas foi por falta de negociação com a categoria e
por postura considerada abusiva e antiética. "A Comissão de
Honorários Médicos, entidade que representa a categoria, em reuniões
realizadas durante este ano, chamou todos os planos de saúde e o Grupo
Unidas não compareceu e sequer mandou representantes em nenhuma das
vezes. O que parece é que eles não se importam com as reivindicações",
afirmou. Entre os pedidos da classe, o principal deles é por uma equiparação na relação entre operadoras e médicos. Dados
da Comissão de Honorários Médicos de Mato Grosso, por exemplo, mostram
que o Grupo Unidas paga entre R$ 38 e R$ 47 por consulta, em um prazo de
até 90 dias. Já a Unimed, segundo a presidente do CRM uma das melhores
no quesito, paga em média R$ 52, em um prazo de 30 dias. Outro
ponto é que não é raro que os médicos que atendem pelo Grupo tenham
pouca ou nenhuma autonomia em pedido de exames, muitas vezes, excluídos
do plano sem total explicação do motivo. De acordo com a
presidente, o objetivo é que, até o fim deste mês, a categoria negocie
com todos os planos um teto de R$ 80, no pagamento das consultas, com
possibilidade de negociação para até R$ 60. Caso não haja acordo, no dia
1º de outubro os médicos paralisarão novamente, desta vez sem atender
nenhum plano de saúde. "Será o prazo final e estamos abertos a
negociação. O que não dá mais é que os planos cada vez mais aumentem
suas tarifas para o usuário e queira permanecer com as mesas para os
médicos", disse Dalva. Segundo
números das próprias operadoras, o faturamento no primeiro trimestre de
2011 foi de R$ 18,4 bilhões, 3,8% a mais que no mesmo período de 2010. Analisando os dados de 2010, as operadoras médico-hospitalares tiveram uma receita de R$ 72,7 bilhões, 13% a mais que em 2009. Comparado-se
as mensalidades cobradas pelos planos com o aumento que os médicos
tiveram, os resultados são gritantes. Em 2010, pagava-se em média R$ 127
e, em 2009, este número era de R$ 116,37 per capita por mês; um aumento
de 9,1% no ano. Já a consulta médica, em 2007, valia R$ 37 e, em
2010, subiu, em média, para R$ 40. O reajustes é considerado irrisório
pela categoria. Apesar
da paralisação, a Comissão de Honorários Médicos informou que os
atendimentos de urgência e emergência dos planos do Grupo Unidas serão
atendidos normalmente.
Fonte: Mídia News
A Opinião:
Não é de hoje que os planos de saúde estão deixando os médicos doentes, algo precisa ser feito contra o sucateamento da saúde no Brasil. Sempre se fala que com saúde não se brinca, que prevenir é melhor do que remediar, mas ainda assim, alguns acreditam que vale a pena tratar como negócio, aumentando os lucros sem se importar com o resultado final.
Enfim, atualmente mesmo quem tem planos de saúde precisam enfrentar filas gigantescas, com médicos atendendo o máximo de pessoas possível com consultas de menor qualidade. Que os médicos consigam o aumento e que os planos de saúde pensem mais nas vidas que podem salvar do que no próprio bolso.
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