O Fato:
Abbas pedirá adesão da Palestina à ONU no dia 23
O presidente palestino, Mahmud Abbas, apresentará no dia 23
de setembro o pedido de adesão de um Estado palestino à ONU, exceto no
caso da oferta de uma alternativa "crível", afirmou o ministro palestino
das Relações Exteriores, Riyad al-Malki.
"O presidente apresentará a solicitação no dia 23 às 12h30, exceto
no caso de uma proposta crível para a retomada das negociações", disse
Malki, em referência aos contatos em curso entre Estados Unidos e os
países europeus. "Nossa prioridade agora é ir ao Conselho de Segurança e
pedir nossa admissão".
"Vamos submeter nossa demanda para virar um membro com plenos
direitos, mas estamos abertos a qualquer sugestão e ideia, que poderiam
vir de qualquer lado, para reiniciar as negociações com bases sólidas,
com termos de referência claros, um calendário claro e garantias
claras", completou. "Vamos ver se alguém apresenta uma oferta crível que
nos permita considerá-la seriamente".
Israel e Estados Unidos são contrários ao plano de Abbas e defendem
um retorno às negociações diretas, que estão totalmente suspensas há um
ano.
A atividade diplomática é intensa e nesta quinta-feira a chefe da
diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, se reuniu em
Jerusalén pela segunda vez com o primeiro-ministro israelense Benjamin
Netanyahu, antes de retornar a Bruxelas.
Na quarta-feira, Ashton decidiu prolongar a estadia em Israel para
continuar com as consultas. Ela tenta obter uma solução de compromisso
para a retomada das negociações.
Representantes americanos - o emissário para o Oriente Médio David
Hale e o conselheiro especial do presidente Barack Obama Dennis Ross -
também estão na região com o objetivo de tentar convencer os palestinos a
não apresentar a demanda.
Mais cedo, o vice-ministro israelense das Relações Exteriores,
Danny Ayalon, advertiu que um pedido de adesão à ONU de um Estado da
Palestina estabeleceria o fim de todos os acordos com os palestinos.
"Se os palestinos adotarem uma ação unilateral, isto significaria a
anulação de todos os acordos, liberando Israel de todos os compromissos.
Os palestinos terão a inteira responsabilidade", declarou Ayalon à
radio estatal. O vice-chanceler se negou, no entanto, a detalhar as
medidas de represália que seriam adotadas por Israel.
A Opinião:
Essa cartada da Palestina, pretendendo terminar com a disputa eterna com Israel, pode acirrar ainda mais a rivalidade entre os países e criar ainda mais instabilidade na região. A medida unilateral, no momento em que o mundo inteiro pedia por acordos, pode gerar retaliações por parte de seu inimigo, muito mais poderoso economicamente e militarmente.
Por outro lado, depois de uma longa espera, a Palestina nunca se viu tão próxima de conseguir a criação de um Estado. O problema é a forma como esse Estado vai nascer e as chances de ser próspero. Dentro de pouco mais de uma semana teremos o desfecho desse capítulo, mas com certeza não teremos o desfecho dessa história.
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